Sim, nosso foco é nas empresas, mas nelas trabalham pais e filhos.
Frases como “meus filhos não conversam comigo”, “minha filha não me ouve”, “meus pais não me escutam” infelizmente são comuns.
Pode parecer incomum ouvirmos relatos pessoais em workshops que focam em questões do trabalho, mas é onde a maioria das pessoas consegue ver aplicabilidade mais imediata do Thinking Environment.
Em workshops com durações mais longas, é comum de um dia para o outro as pessoas retornarem com exemplos de onde experimentaram as práticas.
E os mais comuns tocam na relação de pais e filhos.
Veja o caso de Marlene*, que trabalha em uma grande empresa em São Paulo. Ela relata que perdeu a aproximação com sua filha aos poucos e os diálogos foram ficando cada vez mais curtos e superficiais.
“Mãe, você parou para me ouvir e prestar atenção em mim sem querer se meter na minha vida” relatou sua filha, após uma longa conversa por telefone com a filha que está morando fora do país. Marlene, pela primeira vez, se interessou verdadeiramente em conhecer o olhar da filha sobre um assunto polêmico sem dizer de imediato como ela deveria agir, relata.
No momento de feedback do curso, Marlene se emocionou.
Ela percebeu que frequentemente se comunicava com sua filha através de uma postura de julgamento e cobrança, com o pressuposto de que assim estaria ajudando a jovem a evoluir.
Mas a relação só se desgastava.
A falta de escuta e de interação de qualidade acontece também entre casais e familiares. O que o Thinking Environment (Ambiente para Pensar) trouxe para Marlene que reconectou mãe e filha?
Um “Ambiente para Pensar” em casa
Nancy Kline, criadora do Thinking Environment, observou que, quando nós nos tratamos de uma certa forma, com respeito mútuo e acordos claros, nós nos sentimos escutados e valorizados.
Aliás, nós não somente nos sentimos escutados, mas também escutamos e interagimos melhor, estabelecendo uma relação de confiança.
Ela identificou 10 comportamentos, chamados mais tarde de 10 Componentes do Thinking Environment, que são essenciais para criar um “Ambiente para Pensar”, aquele positivo e inspirador, onde as pessoas se sentem livres para se abrir e dizer o que pensam ou sentem, ao mesmo tempo que se respeitam.
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Transformar nossa casa em um Thinking Environment é possível e os frutos disso podem surpreender.
O componente da Atenção
Para criar um Thinking Environment em casa, Marlene desafiou-se a desenvolver a Atenção, fundamental para estabelecer uma relação saudável, seja pessoal ou profissional.
Isso significa ouvir com interesse genuíno, sem interrupção e sem pressa para responder.
A escuta que Nancy Kline observou ser a mais efetiva para construir relações autênticas e verdadeiras é aquela na qual não julgamos o outro, apenas estamos atentos e presentes, com um olhar que conecta com o outro, ao invés de desviar ou se distrair com qualquer estímulo.
Outros componentes que ajudaram Marlene a impactar a relação em família foram a Igualdade, a Apreciação e o Encorajamento.
"É incrível como temos dificuldade para algo básico que é parar e escutar o outro com interesse verdadeiro. Eu não conseguia e, no começo, precisei me policiar muito", contou. "Quando comecei a segurar meus impulsos para retrucar, lembrando das dicas do curso, percebi minha filha mudando sua atitude naturalmente.
Ela se abriu e começou a me falar certas coisas que eu nunca teria imaginado que estavam acontecendo na vida dela. Parecia que ela estava esperando por essa aproximação há tempos.
Foi muito desafiador, pois o desejo dela é estar perto, mas isso fica difícil se a sensação que ela tem é que estou sempre tentando dominá-la. Não é fácil encarar esses fatos, mas cada esforço valeu a pena".
Outro depoimento foi a de Ana Maria*, que melhorou sua relação com a mãe depois de ter participado de dois cursos de aprofundamento. "Resolvi me acalmar por dentro e ter uma qualidade de presença mais elevada perto dela. Criar um Thinking Environment entre nós duas, mesmo! Ela estava passando por um momento muito forte de depressão e, só depois de prestar atenção genuína nela tentando não julgá-la, aprendi melhor como poderia ajudá-la e ela aceitou minha ajuda pela primeira vez".
É preciso haver prática
Um caminho para escutar seus filhos, seus pais, sua companheira ou sua equipe de trabalho, é internalizar os princípios que criam um Thinking Environment e manifestá-los diariamente em qualquer situação.
Porém isso só é possível através de um desejo verdadeiro de mudança, dedicação e muita prática.
* No início e final de cada dia de curso perguntamos aos participantes o que aprenderam sobre os princípios e práticas do Thinking Environment, podendo responder no âmbito do trabalho e da vida pessoal. Marlene e Ana Maria (nomes fictícios para resguardar sua privacidade) compartilharam sua experiência em um curso de aprofundamento.